Desejo um ser, como dizer, humano
que por acaso me descubra a boca
e tenha como eu fendidos cascos
bífida língua azul e insolentes maneiras
de cantar dentro da água.
Vou querer que me ame e abandone com igual
e serena concisão e faça do encontro
relatório ou poema que conste do sumário
nas escolas ali além das pontes.
E espero ao telefone que me digam
se sou feliz, real, ou simplesmente
uma espuma de cinza em muitas mãos.
[antónio franco alexandre]
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